Tenho vagas memórias, de até os meus 5 anos, de como era o meu natal.
Na altura, o meu avô materno ainda estava vivo. O espírito era bem diferente.
Com ele os natais eram natais de verdade...
A família ficava junta e unida. A cozinha era o quartel general.
Era daquelas cozinhas antigas... lembro-me de existir uma grande lareira ao canto da cozinha, onde uma vez o meu avô tentou fazer-nos uma surpresa ao enfiar um saco de prendas pela chaminé... a ideia era boa, não fosse o saco ficar lá preso.
Junto à lareira ficava a árvore de natal... e cada uma das crianças pendurava a sua meia de natal na lareira.
Na cozinha havia uma enorme mesa de madeira, daquelas com os bancos corridos em ambos os lados.
Lembro-me que a minha avó, mãe e tias, tratavam da culinária com imensa satisfação e alegria. Não faltava nada!
Eram doces e mais doces... tradicionais e não só. tudo era feito ali, na grande bancada que ocupava quase uma das paredes da cozinha.
Fechando os olhos, recordo-me de ver a família ali.. junta. Unida.
O espírito de natal existia.
Nós, crianças, brincávamos na rua. Jogávamos à bola, corríamos pelo terreno da quinta... tentávamos descobrir o que estaria na nossa meia... coisa que só iríamos ver à meia noite.. nunca o Pai Natal passava antes.
O meu avô era uma pessoa que não tinha por hábito sorrir muito. Pelo menos foi com essa ideia que eu fiquei. Faleceu ainda eu era novo.
Mas mesmo não sorrindo, o espírito de natal existia por ele. As coisas não poderiam ser de outra forma... acho que ele não ia permitir.
O sentido de família era algo que ele dava muito valor. A família, a honra e o valor da palavra de uma pessoa. Creio que eram os valores que ele mais estimava e cultivava.
Quando faleceu o natal simplesmente acabou.
A família deixou de se juntar... de se reunir no quartel general.
Guardo com saudades esse tempo... deixou de ter significado esta quadra.
Hoje tento esforçar-me por passar esses valores e esse espírito ao meu filho, mas é difícil.
A família não se junta, os tempos são outros... A família somos nós 3.
Não consigo trazer para o presente aquilo que vivi no passado.
A minha satisfação este ano passou por tentar criar sorrisos naqueles que me são próximos.
Esforço-me por gostar e viver o natal, mas ainda não consigo.
Vai sendo aos poucos... Vêm muitas coisas à memória nesta altura...
Mas este ano já gostei um pouco mais...
Na altura, o meu avô materno ainda estava vivo. O espírito era bem diferente.
Com ele os natais eram natais de verdade...
A família ficava junta e unida. A cozinha era o quartel general.
Era daquelas cozinhas antigas... lembro-me de existir uma grande lareira ao canto da cozinha, onde uma vez o meu avô tentou fazer-nos uma surpresa ao enfiar um saco de prendas pela chaminé... a ideia era boa, não fosse o saco ficar lá preso.
Junto à lareira ficava a árvore de natal... e cada uma das crianças pendurava a sua meia de natal na lareira.
Na cozinha havia uma enorme mesa de madeira, daquelas com os bancos corridos em ambos os lados.
Lembro-me que a minha avó, mãe e tias, tratavam da culinária com imensa satisfação e alegria. Não faltava nada!
Eram doces e mais doces... tradicionais e não só. tudo era feito ali, na grande bancada que ocupava quase uma das paredes da cozinha.
Fechando os olhos, recordo-me de ver a família ali.. junta. Unida.
O espírito de natal existia.
Nós, crianças, brincávamos na rua. Jogávamos à bola, corríamos pelo terreno da quinta... tentávamos descobrir o que estaria na nossa meia... coisa que só iríamos ver à meia noite.. nunca o Pai Natal passava antes.
O meu avô era uma pessoa que não tinha por hábito sorrir muito. Pelo menos foi com essa ideia que eu fiquei. Faleceu ainda eu era novo.
Mas mesmo não sorrindo, o espírito de natal existia por ele. As coisas não poderiam ser de outra forma... acho que ele não ia permitir.
O sentido de família era algo que ele dava muito valor. A família, a honra e o valor da palavra de uma pessoa. Creio que eram os valores que ele mais estimava e cultivava.
Quando faleceu o natal simplesmente acabou.
A família deixou de se juntar... de se reunir no quartel general.
Guardo com saudades esse tempo... deixou de ter significado esta quadra.
Hoje tento esforçar-me por passar esses valores e esse espírito ao meu filho, mas é difícil.
A família não se junta, os tempos são outros... A família somos nós 3.
Não consigo trazer para o presente aquilo que vivi no passado.
A minha satisfação este ano passou por tentar criar sorrisos naqueles que me são próximos.
Esforço-me por gostar e viver o natal, mas ainda não consigo.
Vai sendo aos poucos... Vêm muitas coisas à memória nesta altura...
Mas este ano já gostei um pouco mais...